Actividades da UPP no FSP
Cidadania e o acesso à Cultura e ao Saber
As tecnologias de informação ao serviço do movimento social
A cultura popular hoje - desenvolvimento e potencialidades
1. Software livre: por uma outra Globalização (encontro)
Organizações Proponentes:
Universidade Popular do Porto
Associação Nacional para o Software Livre
Horário: 9 de Junho (2ª feira), pelas 18h
Local: ISCTE, Aula Magna
Sumário
O papel do Software Livre para a utilização das tecnologias de informação como um direito dos cidadãos. A necessidade da criação dum serviço público que garanta a educação e a formação de info-cidadãos. As questões dos direitos de autor e patentes digitais, no quadro legislativo europeu e global. O encontro contará com a presença, entre outros, de Richard Stallman fundador da Free Software Foundation e do projecto GNU, que falará sobre
"Copyright and Globalization in the age of computer networks".
Descrição:
É inegável, hoje, a importância social das tecnologias de informação
e, em particular, a sua apropriação pela globalização neo-liberal. E
se já é notória a falência das promessas da chamada ``Sociedade da
Informação'' ao nível dos conteúdos, dominados pelos interesses
comerciais que incentivam primordialmente o consumo, ao nível do
software de suporte isso poderá ser menos perceptível ao cidadão
comum, mas talvez ainda mais gravoso, porque estruturante.
Como todo o conhecimento, os programas informáticos devem ser um
património de todos e que pelas suas características próprias podem
ser reproduzidos, analisados, modificados e desenvolvidos sem
restrições, independentemente da salvaguarda do reconhecimento de quem
os produziu.
A massificação do uso dos sistemas informáticos, em vez de aumentar e
diversificar os produtos e os produtores, foi dominada por um número
cada vez mais restrito de empresas cujos programas e formatos de
armazenamento da informação não são públicos e são muitas vezes
patenteados e protegidos por legislação que benificiam os
proprietários dos programas impedindo os cidadãos de
usar os seus programas em certas formas e favorecendo a criação de
monopólios. A permissividade das grandes empresas perante esta
legislação para evitar o uso e cópia "ilegais" dão ao cidadão
comum a ilusão de acesso "gratuito", ao mesmo tempo que aumentam o
número dos dependentes dos seus serviços comerciais.
Esta hegemonia, dominada pelo lucro, tem várias consequências
negativas: redução da qualidade e fiabilidade dos produtos, problemas
de segurança devidos à impossibilidade de estudar o funcionamento dos
programas; impedimento do livre desenvolvimento científico ao impôr um
sistema absurdo de patentes; diminuição do tempo de vida útil dos
equipamentos e programas informáticos tornando-os obsoletos quando as
novas versões dos programas não suportam sistemas antigos; divisão da
comunidade de utilizadores impedindo a partilha de conhecimentos e
divisão entre proprietários de software como donos do conhecimento e
os cidadãos como simples utilizadores.
Considera-se Software Livre aquele cuja licença de uso garanta a
liberdade de utilizar o programa para qualquer fim; a liberdade de
estudar o funcionamento do programa e adaptá-lo às suas necessidades;
a liberdade de redistribuir cópias; a liberdade de melhorar o programa
e publicar essas melhorias; sendo o acesso ao código-fonte o requisito
indispensável para o desempenho destas liberdades.
Neste contexto, o Software Livre contribuí para que:
- a produção de sistemas informáticos seja feita duma forma aberta,
distribuída e cooperativa, contribuindo para a evolução científica e
tecnológica ao serviço de todos.
- o uso de sistemas informáticos seja encarado como um direito, não
dependente de interesses comerciais, efectuado a baixo custo,
independente e mais fiável.
- o conhecimento científico na área das tecnologias de informação seja
um verdadeiro património público.
A difusão e o fomento do uso e produção de Software Livre é condição
essencial para a implementação de um verdadeiro serviço público das
tecnologias de informação. Essa difusão passa por medidas educativas para
facilitar a transição para um sistema aberto e cooperativo, assim como acções
políticas para acabar com os monopólios e hegemonias na produção e
distribuição de software.
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