Visita de Estudo
Na Rota do Património
do Vale do Douro ao Vale Encantado
Universidade Popular do Porto (UPP)
26 e 27 de Março de 2010
De Lamego a Tarouca, cirandando pelo de Lamego a Tarouca, cirandando pelo
património artístico e cultural, património artístico e cultural,
pela beleza natural e pelos pela beleza natural e pelos
sabores e aromas sabores e aromas.
Inscrições até 10 de Março
Na sede da
UPP, na
Rua de Augusto Luso, 167 - 1o, 4050-073 PORTO. Telefone: 226098641
Fax: 226004335 URL: www.upp.pt Email: upporto@mail.telepac.pt
Importante e incontornável centro histórico e cultural do Douro A
Região Demarcada do Douro abrange uma área compreendida por vários
municípios, incluindo o Concelho de Lamego. Cidade nobre possuidora de
casas solarengas, de igrejas e capelas de valor singular de um
imponente castelo, onde a arquitectura dos monumentos e as ruas
seculares contam histórias dignas de um povo batalhador.
Lamego assumiu na história um lugar privilegiado pela sua antiguidade,
património artístico e beleza natural. Classificada por muitos como a
cidade - luz, onde os sumptuosos jardins, as avenidas e colinas
circundantes convidam ao lazer propiciando um contacto distinto com a
natureza, o artesanato e a gastronomia local. Aqui, onde o sabor e a
tradição constituem um motivo de orgulho e um símbolo de conquista e
memórias que a dinâmica do tempo tem permitido deliciar e vivenciar
num reencontro de culturas.
Ao longo dos séculos, mestres canteiros, ferreiros, pintores,
escultores, entalhadores, marceneiros, ourives e tecelões deixaram
nesta cidade ? para êxtase dos seus visitantes e orgulho dos
lamecenses ? autênticos tesouros artísticos. A viagem pelo passado
permite redescobrir uma cidade riquíssima, onde cada lugar aos olhos
de quem a visita testemunha a sua longa História.
Construção românica, até à altura dos sinos
(séc. XII-XIII. A parte cimeira é já obra do séc. XVI. A Torre serviu
de cadeia por muito tempo. O corpo principal está dividido em três
naves, avultando nas abóbadas as coloridas pinturas de Nicolau Nasoni,
executadas entre 1737 e 1738. Referência ainda para a Capela-mor,
ampla e grandiosa; a Capela do SS. mo Sacramento, com três magníficos
altares de talha dourada e um riquíssimo frontal em prata cinzelada de
fabrico portuense do séc. XVIII. Depois, merece admiração o Coro-Alto
e Claustro.
O Museu de Lamego está instalado num dos mais esplendorosos palácios
brasonados de Lamego, antigo Paço Episcopal, remodelado no século
XVIII. A colecção do Museu, de assinalável valor histórico-cultural,
caracteriza-se pelo seu ecletismo. Cronologicamente, a colecção
abrange o período que vai desde a presença romana até aos nossos dias,
com realce para o período da renascença. Merecem especial referência ?
assumindo-se como ex-libris do Museu ? as cinco tábuas quinhentistas
de Vasco Fernandes (Grão Vasco) e um conjunto de tapeçarias flamengas,
de fabrico de Bruxelas, do século XVI, que constituem o núcleo mais
importante dos panos de armar dos museus.
O edifício do Santuário é uma construção em
estilo barroco,, deslumbrando pela elegância do estilo, imposta pela
criatividade do autor do projecto que se acredita ter sido Nicolau
Nasoni. No interior do templo, podem admirar-se belos painéis de
azulejos, bem como interessantes vitrais. O frontispício do Santuário
é a parte mais admirável de todo o edifício. No adro da igreja, do
lado sul, existe uma harmoniosa fonte, com desenho de Nicolau Nasoni,
As duas torres iniciaram-se muito mais tarde (1880-1905) e a escadaria
iniciou-se em 1777 mas as obras só vieram a terminar no século XX.
O
quadro mais grandioso da escadaria é sem dúvida o denominado ?Pátio
dos Reis? ? obra arquitectónica admirável, formada pela Fonte dos
Gigantes, no centro da qual se eleva um esplêndido obelisco, com cerca
de 15 metros de altura.
O templo é o mais antigo de todos os
monumentos de Lamego e, talvez, o segundo da Península Ibérica. A sua
origem suévico-visigótica remonta ao séc. VII. No séc. XVII, a capela
foi reedificada, sendo desta época a excelente talha que a reveste
interiormente. De raro valor histórico e arqueológico, o templo, com
três naves, conserva grande parte da sua traça original e a
grandiosidade do seu interior preserva o ambiente misterioso de épocas
distantes. Integra as ?Rotas Medievais do Vale do Douro?, em conjunto
com outros exemplares do valioso património religioso construído no
concelho de Lamego.
Sobre a antiguidade do Castelo de Lamego,
quase todos os autores consultados referem que o castelo "é obra de
mouros" e anterior à fundação da nacionalidade. Do primitivo, apenas
subsistem a torre de menagem (séc. XII), parte da velha muralha e a
cisterna (séc. XIII). O acesso ao velho burgo faz-se através de dois
pórticos abertos na muralha. Quem entra pelo lado norte passa pelo
arco chamado ?Porta dos Figos ou dos Fogos?, também já chamada ?Porta
da Vila ou do Aguião?, enquanto a porta no lado oposto se denomina
"Porta do Sol". Junto a esta última encontramos uma interessante casa
brasonada que pertenceu à Ordem de Cister e mais tarde veio a ser casa
da roda. No lado norte ainda existe a Casa da Torre. A meio da Rua do
Castelo podemos ver a capela da Senhora do Socorro, em cuja parede
exterior se encontra um interessante painel de azulejos com a
inscrição ?N. S. do Coro 1671?. Perto desta existia outra capela de
invocação a S. Salvador, onde teria sido a primitiva Sé.
A história da cidade de Tarouca, como, aliás, de todo o Concelho, não
deixa dúvidas quanto à sua importância no contexto regional e mesmo
nacional. O início da nacionalidade está intimamente ligado a Tarouca,
quer pelo nosso primeiro rei, cuja figura está associada à construção
do Mosteiro de S. João de Tarouca, quer ainda por Egas Moniz que foi
Senhor da Honra de Dalvares e cuja esposa, Dona Teresa Afonso, mandou
erigir o Convento de Santa Maria de Salzedas. Paio Cortês,
monteiro-mor de D. Afonso Henriques, foi Senhor da Honra de Gouviães.
Tarouca, além produção de vinhos de mesa e espumantes naturais, é o Concelho do país com maior produção de baga de sabugueiro. Inicialmente plantada para servir de vedação às propriedades, o sabugueiro tornou-se a principal fonte de receita para muitos agricultores, pois a sua baga tem inúmeras aplicações, desde a indústria farmacêutica à tinturaria, passando pela medicina tradicional e doçaria. Também é, responsável pelo escoamento e rentabilização de grande parte da produção vinícola da região.
Município a que tão justamente chamam o Eco Museu da Beira escondido numa zona que, muita gente nem imagina onde fica, mantém tesouros valiosos do nosso património. Terra de Mosteiros Cistercienses, antigas Abadias e raras Pontes. É terra de vinhas, de vinhos, aguardentes e espumantes divinais. É tradição, arte, cultura e saber.
O nome Salzedas provém do
latim Saliceta que significa salgueiral, vegetação muito abundante nas
margens do rio Varosa, que por ali corre. É de povoamento muito
antigo. Por aqui passaram Lusitanos e Romanos, Suevos e Visigodos e,
mais tarde, Muçulmanos. A génese da sua história remonta ao lugar a
que hoje se dá o nome de Abadia Velha e a sua povoação cresceu em
torno do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas.
O grande ex-libris é o Mosteiro Cisterciense de Santa Maria
de Salzedas mandado erigir por D. Teresa Afonso, mulher de Egas Moniz,
aio de D. Afonso Henriques. De estrutura românica, completamente
remodelado no século XVIII e a sua igreja sagrada no século XIII,
representa um dos mais ricos e emblemáticos mosteiros de Portugal.
Salzedas caracteriza-se, também, pelas
reminiscências do que outrora poderia ter sido uma Judiaria. No
interior de um conjunto arquitectónico urbano mais vasto,
descobriram-se ruínas com inscrições e elementos de simbologia judaica
que poderão atestar e testemunhar a presença de Judeus nesta Aldeia em
tempos remotos. Este conjunto desenvolve-se a partir de curiosos
arruamentos, de traçado muito irregular, que são moldados pelas
construções que o compõem e permitem a passagem de uns para os outros,
através de invulgares passadiços, integrados nas arquitecturas.
A Vila de Ucanha preserva casas desde o
período medieval. desenvolve-se sob a encosta, que desce até ao rio
Varosa e caracteriza-se por se concentrar numa só rua, a Rua Direita
ou Rua Principal. Somos surpreendidos pela expressividade das
varandas, em madeira. O esforço da subida é compensado pela alegria, a
cor e a originalidade da formação deste conjunto que, com o rio bem lá
no fundo, remata a última pincelada de um quadro perfeito.
A existência da Ponte de Ucanha já vem
documentada no século XII Esta ponte sobre o Rio Varosa é um exemplar
único deste tipo de arquitectura que conserva integralmente a torre de
tripla função: a de defesa, à entrada do couto monástico de Salzedas;
a de ostentação senhorial, bem patente na alta torre; e a da cobrança
de portagem e armazenamento de produtos. No último andar pode
avistar-se toda a aldeia e boa parte do curso do Varosa.
Localizado numa região de transição entre as
Beiras e o Douro, na encosta da Serra de Leomil, ergue-se num grande
vale, ao fundo do qual corre o rio Varosa. Inicialmente foi um
ermitério mas, em 1152, após a vitória de D. Afonso Henriques sobre os
mouros em Trancoso, foi lançada a primeira pedra da igreja conventual
cisterciense. O dormitório novo e torre sineira foram construídos no
século XVI. A última fase das obras de ampliação do mosteiro decorreu
no século XIX. Em 1938 seriam restaurados os retábulos, nomeadamente o
de São Pedro, atribuído a Grão Vasco.
Edifício senhorial da época medieval, que
pertenceu a Egas Moniz, a Casa do Paço de Dalvares foi uma Honra
criada no início da Monarquia. O edifício foi recuperado pelo
Município de Tarouca e afectado a uso municipal, onde têm sede a
Confraria do Espumante; o Museu do Espumante da Murganheira; a CV Reg
Tavora-Varosa; e a Rota das Vinhas de Cister. Também funciona no
edifício um Espaço Internet à disposição dos munícipes.
Uma vez que está situada no Vale do Varosa, primeira região demarcada
de espumantes de Portugal, e tradicionalmente enraizada no processo de
produção de espumante, na Casa do Paço de Dalvares é possível visitar
o Museu do Espumante, cujo espólio espelha todo o processo artesanal
do seu fabrico, desde a vindima até ao produto final, o espumante
Murganheira, que vamos provar no final da visita