Fernando Lopes-Graça é um dos maiores vultos da História da Música Portuguesa que começa, pouco a pouco, a ser conhecido e imediatamente aclamado no estrangeiro.
Não é fácil dissociar a personalizada solidez da sua obra musical do seu pensamento, da sua intervenção cívica e política.
O compositor, pensador e cidadão venceu claramente a feroz luta que lhe foi movida pelo regime fascista, pelo preconceito e pela ignorância, armado apenas do seu génio, da sua inextinguível capacidade de trabalho e das suas inquebrantáveis e corajosas convicções. A luta foi feroz e dura - tudo lhe foi negado e retirado, mesmo a possibilidade de leccionar -, tendo Lopes-Graça sobrevivido a momentos dramáticos. Desde prisões políticas, desterro e exílio, graves problemas de saúde e uma permanente perseguição à sua pessoa, à sua obra, às instituições que criou e a que se ligou.
O 25 de Abril veio iluminar a sua vida e obra que até hoje não tem parado de se impor, de ganhar novos públicos e novos intérpretes.
A propósito do livro "Em torno de Lopes-Graça. Pensamento - Resistência - Criação", de Fausto Neves, a Universidade Popular do Porto e o Coral de Letras da Universidade do Porto organizam, com parceria da DRCN/Casa das Artes, uma sessão dedicada ao compositor e resistente, onde intervirão Fausto Neves, José Luís Borges Coelho e Manuel Pires da Rocha e actuarão o violinista Hugo Brito, o pianista Fausto Neves, o Coro da UPP e o Coral de Letras da Universidade do Porto.