“A hora de luz na prisão”
Exposição fotográfica sobre a Palestina de José Farinha
na UPP ▪ Rua da Boavista, 736 ▪ Porto
Sessão de apresentação na Quarta-feira, 22 de setembro, 18 horas
Presencial e por videoconferência.
A hora de luz na prisão
A prisão é interrompida pela hora do sol. Parece que através de seu projeto o fotógrafo transmite a mesma sensação de interrupção. Os momentos de êxtase do cotidiano são retratados em uma estrutura interrompida: a imagem da estrada bloqueada pela ocupação militar é interrompida por um menino que insiste em andar de bicicleta, a imagem da brutalidade do posto de controle é interrompida por uma menina de rosa que não teme exibir vestido, óculos escuros e chapéu com vaidade.
A ocupação é sempre interrompida pela resistência. Por mais que a ocupação israelense tente oprimir essas pessoas, sua existência surge da escuridão da prisão, abre seus olhos e sorri para o sol. Apesar da destruição, expulsão, prisão e morte, o povo palestino decide mostrar resistência na vida. Esta é a arma mais forte que eles têm, é a arma que perturba o ocupante. As fotografias de José Farinha são uma espécie de dança que interrompe o caixão. Essas fotos não são apenas um reflexo da interrupção: são, uma interrupção, um ato de resistência.
(Citações retiradas do texto de Shahd Wadi sobre o trabalho “A hora de luz na prisão”)