Visita de estudo inserida no curso "História da Arte e Património" sob a orientação da Profª Assunção Lemos.
QUARTA-FEIRA, 8 de JUNHO
AMARANTE
MUSEU - CASA DE MANHUFE - CENTRO HISTÓRICO
Muito a descobrir!
Inscrição: 55€
Check-in na UPP: 9h00 - Chegada prevista à UPP: 19h
Consulte o folheto
Este roteiro a Amarante, surgiu no contexto do curso livre – História da Arte e do Património. Sendo Amadeo de Souza-Cardoso o tema que estamos a desenvolver, o propósito pertinente de contactarmos com alguma da sua obra gráfica e pictórica, impôs-se completamente. Claro que o CAM / F C Gulbenkian / Lisboa, reúne um acervo maior, mas, a visita ao Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso é a escolha acertada.
O artista português mais actualizado do seu tempo (1887-1918), nasce em Manhufe a 14 de Novembro e morre em Espinho a 25 de Outubro, numa casa de veraneio da família, para onde se retirara para escapar à chamada ‘gripe espanhola’.
É no contexto das suas origens, que nos deslocaremos à casa que o viu nascer, habitar e regressar em períodos de retempero e inspiração, na sua opção de aprendizagem voluntária em Paris, desde 1906.
“A casa de Manhufe” (óleo s/madeira 50.8x29.3 cm, c.1913), que visualizaremos no Museu Municipal faz parte das construções rústicas: é uma torre ameada de fresca data, mandada erigir pelo pai ou avô do pintor numa simulação solarenga e medieval, imitando casas nobres de Entre-Douro e Minho (FRANÇA, José-Augusto. 1986. Amadeo & Almada. Lisboa: Bertrand. p. 53).
“A cozinha de Manhufe” (óleo s/madeira 29.2x49.6 cm – CAM-F C Gulbenkian, Lisboa) e “A casa do Ribeiro” (óleo s/madeira 29,5x51,7 cm – colecção particular) propriedade do seu tio Francisco de Souza Cardoso, onde foi anexado um atelier para melhor/maior autonomia do pintor e de sua mulher (Lucie Pecetto, com quem vive em união de facto até 26 de Setembro de 1914, quando decide casar no Porto, como regularização de compromisso familiar), que aí se estabeleceram a partir de 1915. A primeira Guerra Mundial (1914-1918), impedirá o retorno desejado à capital francesa. Amadeo será uma das vítimas da pneumónica. A sua obra única, singular e como Almada Negreiros se expressou a primeira descoberta de Portugal na Europa do século XX (Manifesto do Catálogo da Exposição na Liga Naval. Lisboa. 1916).
Se o pretexto foi Amadeo, Amarante, terra de outros grandes intelectuais, artistas e políticos, onde destacamos – Albano e Ilídio Sardoeira, António Carneiro, António Cândido, Teixeira de Pascoais, Agustina Bessa-Luís, entre outros, deve ser lembrada. Importa ainda destacar o seu rico património histórico, que em visita guiada pelas ruas, praças, igrejas,
conventos e palácios, sem esquecer a arqueologia industrial, a paisagem construída que Augusto Casimiro e Sant’Anna Dionísio nos relatam (Guia de Portugal. Entre Douro e Minho I. Lisboa: FCG. 1994, p. 576-598), oferecendo singularidades afins. O ex-convento de S. Gonçalo com o seu Museu Municipal e a Biblioteca. A igreja recentemente reabilitada de S. Gonçalo, obra prima do Maneirismo em Portugal. A ponte de Carlos Amarante. A gastronomia que no ano de 2016 a Rota das Estrelas passou por Amarante, mas desta vez o chef da Casa da Calçada quis sair do restaurante e levou o jantar até ao Museu (COELHO, Alexandra Prado. Público. 15 Out. 2016, p. 16/17), recriando obras de Amadeo.
(...)
São alguns apontamentos introdutórios, para uma visita. Não esquecendo os famosos doces locais, o artesanato, as suas gentes e, obviamente, o património contemporâneo.
Assunção Lemos