A CONFERÊNCIA "A Economia da Felicidade como Solução" realizou-se no dia 07 de Outubro, em formato presencial e por videoconferência.
O conferencista Gabriel Leite Mota, doutorado em Economia da Felicidade, perante um audiência atenta na sala da UPP e à distância por forma mediática, discorreu sobre esta teoria que defende que a economia enquanto ciência social necessita dos contributos da filosofia e da psicologia para incorporação nos modelos económicos da noção de felicidade como meta, calibrando as políticas económica nessa direção, criticando o atual modelo económico que apresenta ao PIB como o principal indicador, assente no crescimento e na produtividade, induzindo a acumulação de bens sem limites, desperdício, esgotamento de recursos constituindo uma ameaça à sustentabilidade ambiental.
Gabriel Leite Mota sublinhou haver evidência científica de que a felicidade é um sentimento humano, igual entre todos os seres humanos, que pode ser medido e cujos determinantes bioquímicos são iguais. A única coisa que difere são as formas individuais, ou sociais, de atingir essa felicidade, que têm variações geográficas e temporais, apesar de encontrarmos muitos determinantes sociais comuns. Esta constatação facilita a ideia de sermos todos iguais, pertencentes ao mesmo sistema humano. E permite que avancemos com políticas globais de melhoria da felicidade dos povos.
De acordo com os estudos enunciados, a promoção da democracia, a diminuição da discriminação e o respeito pelas escolhas individuais, uma melhoria na distribuição do rendimento, o preservar e potenciar de relações pessoais de qualidade (capital relacional), o aumento do capital social (a confiança nos estranhos e nas instituições), o aumento da paz, a conciliação da vida profissional com a vida pessoal, a dignidade laboral (salarial, de funções e de respeito mútuo entre profissionais), a aposta na saúde mental e preventiva e a diminuição da pressão consumista (uma vez satisfeitas as necessidades básicas de alimentação, habitação, saúde e educação), são as vias certas para o aumento da felicidade. Quanto mais este caminho for trilhado, menos espaço há para o aparecimento dos frustrados violentos.
Os indicadores de felicidade deverão substituir os indicadores da economia tradicionais e novos indicadores de desenvolvimento devem surgir para que a economia contribua para promover a democracia, a liberdade e a participação social, aumente a esperança de vida, garanta a paz e a segurança, acabe com a pobreza, diminua as desigualdades sociais, diminua o desemprego, a solidão, o crime e a violência, pechas de um modelo que não tem a felicidade como objectivo último.
Defendendo, em suma, que as políticas económicas devem ser avaliadas pelo impacto na felicidade, sendo este o percurso que aumentará o conhecimento, rigor e utilidade da ciência económica.
Sublinhando ainda a fragilidade histórica, do conceito programático do PIB - produto interno bruto de Kruznets, Gabriel Leite Mota deixou a inquietação da métrica da economia da felicidade que, segundo o autor, deverá trazer para o discurso económico a eficiência na produção de vidas felizes.
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